sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Reciprocidade

Procuro, puxo assunto, corro atrás, mas quando percebo que não existe reciprocidade eu acabo paralisando. Aquela maldita sensação que estou sempre incomodando volta e eu já não sei mais como agir. Antes eu procurava pensar que as pessoas tem problemas e não estão sempre disponíveis para corresponderem as minhas expectativas, mas a experiência me mostrou que quando alguém quer estar perto da gente, não tem tempo feio e elas dão algum jeito de conversar, nem que seja sobre o tempo. Então acabei sensível demais em relação a reciprocidade e preciso trabalhar esse lado, mas ainda é algo mais forte que eu.
Vivenciar coisas como a pessoa estar online e não falar comigo, demorar para visualizar uma mensagem e depois demorar mais ainda para responder, já foram situações das quais vivenciei demais e até minaram o relacionamento que eu tinha com o JP. Não quero mais isso pra minha vida.
Quero sentir que a pessoa também quer conversar, também curte minha companhia e que me procura. Se não for pra ser assim, não quero, nem amizade me serve nessas proporções minguadas.
Prefiro voltar para os meus animes, seriados no Netflix e livros, do que ficar me debatendo por algo que não é pra mim, pois para falar sozinho eu tenho meu blog e o Twitter.



Eu Voltei \o/

Voltei? Eu fui? Já passei mais tempo que isso sem escrever, mas acabei voltando para meu blog.
O melhor lugar do mundo para reclamar depois do Twitter. 
Bem, deixando a tentativa falha de ser engraçado, lá vou eu choramingar um pouco, pois estava com saudades disso.
Lembra quando comentei que as pessoas dizerem "oi, tudo bem?" não significava elas quererem saber da sua vida? Exatamente. Acredito que esse é um problema tão recorrente, que a maioria dos meus amigos deixaram de falar comigo depois que comecei a quimioterapia. Acho que eles tem medo de começar a conversa comigo perguntando "tudo bem?" e eu começar a desfiar meu rosário de reclamações.
A única pessoa que quer falar comigo sobre câncer, e até enche o meu saco para eu ficar falando sobre isso, é minha psicóloga (sim, a senhora que fica cobrando, toda quarta-feira, eu voltar para o blog). Essa postagem é praticamente um presente de feriado para ela.
Não é que não querer falar sobre minha saúde é uma fuga, na verdade, percebi que todo mundo tem receio desse assunto, então porque vou insistir em falar sobre algo que não vai acrescentar nada para mim ou para as pessoas a minha volta? Sim, é difícil, não é agradável e tem um monte de efeitos colaterais indesejados, mas continuo sendo a mesma pessoas de alguns meses atrás. Pelo menos internamente, eu acredito que continuo.
Eu não gosto de caminhar sozinho, nem na vida, nem no meu dia a dia, mas estou percebendo que preciso aprender a fazer isso. Está sendo uma fase muito complicada.
Esses dias me perguntaram se me apego facilmente as pessoas e eu disse que não. Quando respondi isso, estava imaginando uma situação que deveria ser diferente da intenção desse tipo de indagação. Só que hoje eu responderia diferente.
Estou carente de atenção, de conversar sobre qualquer coisa e se alguém se aproximar vou ter a tendência de me apegar rapidamente sim. Isso é ruim, principalmente pra mim que já estou fragilizado, pois a maioria das pessoas não precisam disso em suas vidas e acontecer delas se afastarem cada vez mais é quase que uma reação natural.
Cuidar do jardim? A resposta adequada seria sim, mas estou mais para um pé de planta murcho do que para jardineiro.