sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Efêmero



Calma, tranquilize seu coração!
Não precisa correr ou esconder-se,
Porque não sou caçador.

Não vigio ou espreito.
Posso até observar,
Mas é com olhos assustados.

Eu preciso de tanta coragem para me mostrar um pouco.
Mas se você se afastar, não vou em sua direção.
Te deixo sumir de vista, pois já aprendi qual é o meu lugar.

                                                       - Gabriel

Inadequado


Desde ontem essa porcaria de palavra está martelando em minha cabeça! Meu bom e velho amigo Ramon pode ser uma pessoa muito crítica quando quer. Ele estava de mal com a vida porque seu amor desmarcou um encontro em cima da hora.Concordo que a situação é muito chata, mas também não é motivo para ele destilar sua frustração sobre mim!
Eu estava tão feliz por ter conhecido uma pessoa super bacana pela internet e resolvi comentar com ele. Foi a pior coisa que eu fiz!
Comecei falando de como o encontro foi inusitado, de como eu me encantei pela palavras de um poema e acabei reunindo toda a coragem do mundo para pedir ao poeta que deixasse eu postar seu trabalho aqui no blog. Contei que passei o link da postagem e de como ele foi atencioso de fazer uma chamada na sua página pessoal do Face. Enfim, eu estava mesmo feliz com tudo isso.
Mesmo vendo a cara de pouco caso do Ramon, continuei e comentei que havia fuçado a página do poeta, descobrindo que ele era um homem inteligente, divertido, espirituoso, que além de poeta, ele é pintor, romancista e médico... Palavra chave para começar com as perguntas: "médico".
Tudo bem que eu já tinha dito ao poeta, em uma única conversa que tivemos online, que o único defeito dele era ter essa profissão, pois eu tenho medo de médicos, ao que ele respondeu que era só por 8h no dia. Achei tão fofo da parte dele reagir desta forma perante a uma crítica de alguém que ele nem conhece.

Enfim, Ramon surtou!

 

Ele me mandou ir ver minha cara no espelho, dizendo que eu estava "felizinho" demais falando desse cara. Perguntou de onde ele é, se tinha deixado claro que é gay, a idade, CPF, RG, quantos cachorros tinha e a cor da cueca! Claro que estou exagerando, mas ele foi fazendo uma pergunta atrás da outra, irritado com o bolo que ele tinha levado do médico dele, digo, do namorado dele. Meu poeta não tinha nada haver com essa história.
O segundo surto do Ramon foi quando eu falei que ele tinha o dobro da minha idade. Os vizinhos devem ter ouvido o "Você está louco?!" que ele praticamente gritou. Gente, o cara só foi atencioso e simpático comigo!
Desse ponto começou a ladainha!
Passamos pela fase do "você vai ser só mais um lanchinho dele" para o "você é totalmente inadequado para um cara desses". Ninguém merece o Ramon surtado!
"Ele deve ser casado, deve ter um monte de viadinho correndo atrás dele, ele vai te usar e jogar fora, você já não sofreu o suficiente com suas fantasias impossíveis? Põe os pés no chão! O que você acha que a família e os amigos dele diriam quando visse um cara com a metade da idade dele a tira colo?! Que você é só mais um caçando dinheiro!"
Para tudo!! Caramba, eu não posso ficar um pouco feliz porque encontrei um cara legal pra conversar? Alguém que me deu um pouco de atenção e elogiou o jeito que eu escrevo? Se eu quisesse alguém por dinheiro, tinha ficado com o Luka!
Também não precisava lembrar meu estado de saúde e as limitações que isso traz. Eu sei bem que sou inadequado para vivenciar qualquer tipo de relacionamento que vá além de amizade, mas isso não quer dizer que eu não possa fantasiar de um cara interessante me achar interessante, pelo menos para conversar. Qual foi a parte que a Bahia fica longe pra burro de São Paulo que o Ramon não entendeu?
Eu estava tão feliz antes dele despejar sua frustração momentânea na minha cabeça... Ele pediu desculpas, disse que exagerou, para eu ter cuidado de não envolver ninguém no meu "Mundo de Alice", pois sempre sou eu que perco a cabeça quando a Rainha de Copas grita. Depois falou do que anda acontecendo na vida amorosa dele e foi pra casa, me deixando triste no meu sofá da sala.

Não pense que acabou ai!


Eu ainda consegui piorar muito as coisas...
Pela manhã, meu poeta respondeu a mensagem que eu tinha deixado na caixa de bate papo do Face e começamos a conversar. Por um momento eu me senti envolto por uma energia boa e estava tentando esquecer o sentimento ruim que a conversa com o Ramon tinha deixado dentro do meu peito, mas... sempre o mas...
Existe uma coisa em mim que incomoda o lado racional do Poeta, o fato de não ter fotos minhas no perfil do Face. Novamente alguém acha que sou um "fake" (assunto que abordei em Agosto) e ele foi escrevendo e escrevendo sobre como não confia em pessoas que agem assim e eu não tinha tempo de responder, pois digito lento demais no celular. Isso foi me dando uma vertigem e eu acabei misturando tudo, o que o Ramon falou, o que é na verdade, o assunto que ele estava falando, o que nunca foi e o que não vai ser!!
Pronto, eu quase tive uma DR com um cara que mal me conhece! Surtei!
Ele deve ter percebido que algo estava fora de lugar e foi um gentleman, mudando o foco da conversa pra algo mais leve. Eu demorei pra entrar nos trilhos novamente, mas poderia ter sido pior.
Colocando bem os pés no chão, é o melhor momento pra ele se afastar, para eu afastá-lo ou simplesmente ficar bem quieto no meu canto.Quase tenho vergonha de dizer que passei o dia com o olhar meio espichado para o lado do celular, mas o que eu preciso é ficar quieto e deixar ele seguir o caminho dele. Afinal, por enquanto eu sou inadequado para entrar na vida de qualquer pessoa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Sozinho na Noite

 


 
"Sozinho na noite, feito um vagabundo e louco de amor
Faço das janelas meu palco de show
Me encolho, me humilho e canto o que sou
Um caso perdido, um amante da lua
Um incompreendido, um lixo da rua
É que sou poeta e poeta é louco
Tem amor demais, tem de tudo um pouco"
                           

                             - Bruno e Marrone


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Caça ao Lobo


Minha versão de Chapeuzinho
Foi exatamente esse título que chamou minha atenção a um  poema que li no grupo Falando Sem Pudores do Facebook: "Caça ao Lobo". Reconheço que em muitos locais ainda estou usando minha versão gay de Chapeuzinho Vermelho como avatar, não porque minha história com meu Lobo não tenha acabado (na verdade, nem começou), mas identifiquei-me de certa forma com esta personalidade.
O peso psicológico de uma brincadeira que aparentemente é boba, faz as pessoas que gostam de escrever viajar por muitos caminhos. Mesmo quando escrevo sobre minhas histórias pessoais, procuro um certo tom poético para a coisa toda (palavras da minha Diva Elis em algum comentário perdido entre os meus posts).
O que este poema me despertou, foi uma visão diferente do meu imaginário em relação a essa figura do Lobo Mau. Sim, sou eu que vivo a caçar esse Lobo, para simplesmente ser devorado até os ossos.
Agradeço ao poeta Luciano Cilindro de Souza por ter cedido tão gentilmente suas palavras para que eu pudesse postá-las aqui hoje.
Agora deixo com vocês esse poema belíssimo e que ele toque sua alma, como tocou a minha.

Por mais que eu tenha medo, é o que desejo!

 

Caça ao Lobo.


O amor é como um lobo que surge no meu jardim
E flagra ervas daninhas de descuido sem fim
Quando percebo já está cheirando minhas coxas
Pulando sobre mim com patas sujas de poças.

Eu não quero ser atraído pelo lobo mau
Pois pensa que o coração só bate, afinal
Para que lamba pele com suor e sangue
Mijar em territórios meus sem que eu mande.

Quando lambe, abocanha
Quando afaga, arranha
Quando jura, é mentira
Em seu amor a sua ira.

Vai embora, lobo, eu tenho porte de arma
Já sei te caçar e te matar como um carma
Suma do meu desejo com suas garras mortais
Minha pele é cicatriz inteira, não morde-a mais!

Vai embora, praga da escuridão prateada
Pois teu uivo me entorpece a lua escancarada
Meu céu inocente já curou tua maldição
Mas incoerente requer a mesma sedução.

Como é belo o teu rosto
Como é bom o teu gosto
Como tirar da roupa teus pelos
Grudam, não sei removê-los!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Quase

Agora que desencantei os post de 2015, posso falar a respeito de outras coisas.
Primeiramente, meu ano passado terminou com o desenrolar do meu caso quase canino. Infelizmente, não consegui compreender o que realmente meu Lobo Mau esperava de mim e nosso quase relacionamento, digo quase para não dizer inexistente, acabou antes mesmo de começar. Na verdade, sinto como se ele só tenha existido na vontade, e bem de longe.
Uma história cheia de "quases", cheia de desencontros e desentendimentos. Acredito que essas coisas acontecem quando o outro não atinge nossas expectativas, e definitivamente, ele não atingiu as minhas, eu não atingi as dele e assim terminou até a amizade.
Pelo visto eu não ando atingindo as expectativas de ninguém, nem mesmo as minhas.
Passei por esse período na companhia de amigos e de um guri maravilhoso que conheci, mas ando tão mal comigo mesmo, que não consegui me entregar a beleza de seu encantamento. Descobri que preciso de mais, mas esse mais é de mim mesmo.
Nada de envolver pessoas em minhas fantasias, nada de fantasiar que posso encontrar alguém que me faça feliz. Preciso me conscientizar que pra ser feliz, dependo de mim, outras pessoas na minha vida serão consequências desse estado que tenho que cultivar.
Apesar que estou satisfeito com algumas coisas. Escorreguei, mas não caí, então estou no lucro. Não deixei ninguém ultrapassar meu recorde de mágoas e consegui dizer não para algumas coisas que não estavam me fazendo bem. Acredito que isso é um progresso. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Ano Novo Está Sendo Feliz?


Nossa! 2014 acabou, o Carnaval está esbarrando em nossos narizes e eu ainda nem escrevi um único post este ano?!
Tenho que pedir desculpas as pessoas que me gostam de ler o que escrevo... é que ando tão desanimado com esse calor... Para quem mora em São Paulo, sabe que isso aqui está um inferno, pois não estou só falando do calor não, estou falando da falta de água também!
Bem, passei o final de ano na casa da minha avó, essa minha gatinha de mais de oitenta anos, que tem mais disposição que todos os netos e bisnetos juntos! Foi muito bom eu poder sair um pouco do meu mundo e ter contato com terra, plantas e bichos, pois isso relaxa muito, mas só lembro que tenho saudades dessas coisas quando estou lá.
A Fênix - Como sempre, ressurgindo das cinzas.
Infelizmente, não sou muito fã de festividades, pois não gosto de ficar em lugares com muita gente, pior ainda quando chega a hora dos cumprimentos e a turma sai te abraçando! Nesse momento eu meio que fujo para o quarto e espero as coisas acalmarem. Sorte que minha família já acostumou-se com minhas esquisitices.
Passei uns dias muito bom lá, mas voltar para o meu canto é sempre a melhor parte. Esse ano voltei dirigindo até parte do caminho, pois minha mãe estava de ressaca. Foi legal pegar o carro depois de um tempo sem dirigir e poder perceber que não tenho tantos problemas com a direção. Suei frio no começo e até senti o coração pulando na garganta, mas o transito estava tão tranquilo e a Amanda veio tagarelando sobre algumas coisas que aconteceram, que pude superar aquele momento e simplesmente dirigir. Fiquei feliz com isso. É certo que eu não enfrentaria o transito louco de São Paulo, pelo menos por enquanto, mas essa experiência foi bem gratificante.
Até pensei que minhas férias durariam mais, mas meu pai pediu para que eu voltasse antes, pois a loja já estava com um movimento bom nesse começo de ano. Não descansei o que gostaria, mas trabalhar me faz bem, pois mantém minha cabeça ocupada.
De todo jeito, esse poste só foi mesmo pra dizer um "Oi, estou vivo!"
Apesar do tempo, espero que esse ano seja muito bom para cada um de nós. E você, está tendo um feliz ano novo?