segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Tendo a Lua



Passa um dia, dois, três e tudo é surreal. Dói de verdade, uma dor física, um desespero que te chega a faltar o ar e nem dá pra conter tantas lágrimas que insistem em simplesmente caírem.
Passa a semana e você se arrasta, mas as imagens começam a ficar mais nítidas. Aquilo que as pessoas falam ainda não faz nenhum sentido e a gente não quer pensar, nem nas coisas que aconteceram, nem em como sua vida pode existir sem a pessoa que você ama.
Os sentimentos ficam confusos por um tempo que parece mais longo do que na realidade é. Você quer que a pessoa volte, mas não quer que ela fique, quer que a dor passe, mas só a dor mostra que você ainda se importa. Pede a Deus para que os dias voem e levem tudo de você, mas que deixe as coisas boas... enfim, você só quer morrer, mas se arrasta pra vida.
Pesquisa onde foi que errou, vê as coisas que não queria ver... tudo desaba! Mágoas, tristezas, desespero, solidão, tudo misturado ao ponto de você achar que está perdendo o restante da sanidade.

Você vai ter que me perdoar, mas sou obrigado a dizer que é uma fase do caralho, só que ela passa! Incrível como de repente você acorda e percebe que alguma coisa desacoplou de você! Não é que deixou de importar totalmente, mas não dói mais da maneira que doía.
Pra ser bem sincero, não é que você descobriu o amor próprio, mas o fato da pessoa não te querer mais e tomar certas atitudes, demonstram o quanto ela te mentiu... "te amo, não quero te fazer mal, pra sempre, você é importante, você é especial..." essas são apenas palavras que as pessoas escrevem ou dizem de forma fácil. Agora entramos na fase da revolta. Não sei quanto tempo essa fase dura para cada um, mas ainda bem que pra mim durou até que pouco.
Ninguém erra sozinho, mas quando você percebe os detalhes, vê o tamanho do buraco que te enfiaram. Dane-se o meu lado politicamente correto. Sempre tento ver o lado das outras pessoas e sei que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas eu sinto como se tentassem arrancar minhas asas.
Certo, eu vivo no mundo da lua, tenho um mundo próprio onde me refugio e sou meio maluco... Verdade. Se você também se incomoda com isso, nem chegue perto. 

Próxima fase, limpeza. Fotos (muitas), mensagens e áudios... mas a maior limpeza é aquela que fazemos dentro de nós mesmos. Procurando jogar fora qualquer coisa ruim que ficou e juntar os cacos do nosso pobre coração partido. Não é fácil, mas é melhor assim.

Ah sim, estou pronto para dizer adeus, não pra você que já saiu da minha vida, mas para o amor que eu sentia por você.
 

"Hoje joguei tanta coisa fora;

Vi o meu passado, passar por mim.

Cartas e fotografias, gente que foi embora;

A casa fica bem melhor assim."

                                      Paralamas


2 comentários:

  1. Não aprendi dizer adeus, acho que ninguém sabe fazer isso.
    O tempo passa e quando vemos, aquela velha dorzinha se foi. Mas, ainda se arrasta tanto tempo, semanas, meses, anos talvez, parece o fim e achamos que provavelmente será.
    Acho que o amor é uma coisa tão descomplicada, as pessoas que complicam, se assustam umas com as outras, se dispersam, mas eu tenho por mim que uma folha não cai da árvore sem motivo.
    Espero no futuro encontrar a explicação disso tudo.
    Até lá, vamos desabafando.

    Beijos beijos beijos

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  2. Sabe, minha Diva, aprendi que a vida é importante demais pra gente ficar dando voltas no mesmo lugar. Existe aquele tempo, que devemos a nós mesmos, de luto. Nesse momento você deve consumir-se e depois, se medo, deve ressurgir como a Fênix faz.
    Desabafando, continuando em frente, tropeçando, mas sem nunca parar.
    Lá vou eu citar a Dori pela décima vez: "Continue a nadar, continue a nadar..."

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